A tecnologia revolucionou o mundo e o mercado nos últimos anos. Trouxe consigo muitos avanços e algumas problemáticas. Conseguimos aumentar a produção, no entanto, passamos a produzir mais lixo também. Essa contradição sempre me incomodou bastante e como um amante por solucionar problemas pensava:será que é possível usar a própria tecnologia para sanar a problemática do lixo, sobretudo do aumento de resíduos plásticos? Eu sempre me entristecia quando via a baia de guanabara tomada por lixo e não parava de pensar em como solucionar esse problema. Foi desse desconforto que resolvi colocar a mão na massa e desenvolver um modelo tecnológico capaz de reaproveitar o plástico e ainda mais: aumentar o seu valor de mercado!
Depois de uma longa jornada de estudos em design industrial na Universidade de Montreal no Canadá, e ver as máquinas grandes e caríssimas de impressão 3D eu decidi construir impressoras de baixo custo e de fácil utilização, que possibilitassem pessoas a criarem e dar vida às suas ideias! Em 2012 desenvolvi minha primeira máquina e a paixão por desenvolver máquinas úteis me fez fundar a Koios 3D, uma empresa pioneira na fabricação de impressoras 3D no país.
Em 2015 tive uma grande oportunidade: participar de um workshop no LAA, o laboratório de atividades do Museu do Amanhã. Me dei conta que o museu do amanhã tinha duas grandes necessidades: uma demanda de móveis que se adequassem a proposta inovadora, moderna e sustentável do Museu e reciclar aquela quantidade absurda de plástico de boiava na baia de guanabara que conflituava com a imagem do próprio Museu. E então: EUREKA! Nesse momento, tive a ousada ideia de unir a tecnologia que já criávamos com a reciclagem de plásticos. Decidi propor a criação de uma máquina capaz de transformar plástico reciclado em mobiliário durável e sustentável para o museu.
Infelizmente, as ideias inovadoras dificilmente são abraçadas no início. Sabendo disso, não desanimei resolvi tocar esse projeto exatamente por confiar no seu imenso potencial de transformar a realidade e construir um mundo moderno verdadeiramente sustentável. “Andorinha só não faz verão” e esse projeto que antes era de uma pessoa só foi abraçado e acolhido pelo influenciador vegano e entusiasta da sustentabilidade, Hugo Bonemer, que prontamente se engajou no projeto. Adquirimos as peças e, em setembro de 2019, o laboratório LAMO da UFRJ nos concedeu um espaço para a montagem. Entretanto, com a chegada da pandemia, enfrentamos um desafio inesperado. As peças compradas ficaram em espera por dois anos até que finalmente pudemos acessá-las e buscar um novo espaço para dar continuidade ao projeto. Mesmo diante de tantas adversidades, o projeto que antes era apenas um sonho, tornou-se uma semente que se desenvolveu e hoje temos a nossa super impressora 3D: a BFP ( Big Furniture Printer). Ela é a maior impressora de mobiliário em 3D da América Latina, pronta para transformar lixo em luxo.
A nossa Grande BFP é responsável por imprimir móveis em formatos únicos e exclusivos. Defendemos o direito da autenticidade de cada cliente para construirmos um mundo cada vez mais criativo e diverso. Se os plásticos vieram para ficar nós já encontramos a solução para que eles fiquem e nos tragam novidades, leveza e sofisticação. Sim, é possível transformar plástico em móveis úteis que são, na verdade, obras de arte exclusivas. Esse é o grande poder transformador da BFP.
A história da BFP está apenas começando. uma nova forma de criação onde o futuro do mobiliário seja criado com respeito ao meio ambiente, criatividade e paixão pela tecnologia.